segunda-feira, 30 de abril de 2007

Lynchiano

O que dizer de um filme que passadas três horas de experiência cinematográfica ainda é capaz de por duas pessoas a discutir, de uma forma acessa e imaginativa, o que viram durante mais umas horas...
Talvez seja esse o poder de David Lynch, que em Inland Empire (2006) consuegue mais uma vez despertar paixões, ódios, loucuras, fantasmas, sonhos, ... É capaz de expor as maáscaras que usamos no nosso dia-a-dia com o encanto de três coelhos a conviverem numa sala. Consegue falar da sua Hollywood mostrando desde as paixões proíbidas, até ao mundo solitário que todos habitamos. E como se não bastasse, conta isto tudo com um enredo de estória, dentro de estória, dentro de estória.
Laura Dern, musa de David Lynch, é Nikki Grace, actriz à beira do esquecimento, que tem agora a sua última oportunidade, e Susan Blue, personagem do filme. Inland Empire gira em volta destas duas personagens, sendo que em várias fases do filme não somos capazes de distinguir qual delas está em cena.
Podia proseguir esta análise e começar a dizer o que depreendi das várias cenas do filme, podia fazer comparações com outros filmes, mas acho difícil, para não dizer impossível, podia contar a minha versão da estória, mas se vocês lessem este post antes de verem o filme, ficavam condicionados pela minha opinião, por isso parece-me mais agradável e didáctico para vocês. Assim usam todos a imaginação e não seguem a minha fragmentada teoria! Guardamos as teorias para os comentários...

domingo, 29 de abril de 2007

Nouvelle Vague

Na filmoteca de Madrid há uma fila de cem metros, ou seja cerca de duzentas pessoas que bem encostadinhas á parede dão a volta ao quarteirão. Cinquenta metros de bizarro freak, punk e travesti com outro tanto de velharia franquista. O choque acima de evidente, não existe, e é que esta gente encontra-se aqui para ver ou rever Godard que ao que parece transcende ou quebra ou mesmo faz comédia de todo o resto vestígio uivante.
Mas antes de Godard, esta casa que é a casa de qualquer bom cinéfilo que por aqui se passeie. Aos interessados o lugar é Cine Doré e fica amparado na Calle Santa Isabel nº3, as sessões correm de forma quase ininterrupta entre as 17 e as 23 horas por duas (oníricas) salas de projecção. O espaço garante também livraria e cafetaria, aqui a entrada é livre e onde não o é, é como se fosse (2,50€).
Para o turista desamparado para quem Madrid é Sol e Gran Via e o cinema é rotulado ás pipocas Lusomundo recomendo Lavapiés, cheira a caril e também a coisa ilícita, há claustrofobia nas ruas, há pretos, chinos,índios…tudo em habitat natural e claro a filmoteca, Griffith, Chaplin Lubitch, Fassbinder,Tati, Fleicher, Renoir, Bergman, Welles, Godard e todas essas pronunciações que só de nome provocam uma súbita erecção auditiva.
O filme em questão é “Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution”, de Jean-Luc Godard, 1965. A coisa começa a negro com flashes de luz ofuscante enquanto uma música estridente marca este pulso luminoso e então que uma voz grotesca (num francês muito sugestivo), doente, declara: “há momentos em que a realidade se torna demasiado complicada para a comunicação oral, então a legenda dá-lhes uma forma com que se possam estender por todo o mundo”, isto ou qualquer coisa de parecido.
Alphaville é a estória do agente especial Lemmy Caution interpretado pelo actor Eddie Constantine, um recuperado Bogart, que viaja no seu Ford branco até á capital de um planeta distante (Paris) com a missão de trazer de volta o cientifico Von Braun. O científico foi no entanto naturalizado por si próprio criando o Alpha 60, um computador que controla Alphaville, a isto junta-se Anna Karina como Natacha Von Braun, filha do científico e programadora (de segunda classe) de Alpha 60 a quem Lemmy ama.
No que interessa dizer: não tenho ainda descodificado todo o trabalho de Godard, em parte porque é raro reencontra-lo no grande ecrã, em parte porque é difícil encontra-lo á venda em qualquer tenda. O meu percurso até este momento resume-se a “la Chinoise”, “le petit Soldat” e”Tout va Bien”, deu no entanto para perceber que o senhor é esquerdista, impulsionador e cocreador da Nouvelle Vague, e muito para além de qualquer destas duas verdades um mito na história do cinema, não um mito qualquer mas Godard assim como Buñuel ou no meu caso Pasolini (incrivelmente todos esquerdistas activos). Onde quero chegar é que não será preciso perceber muito do trabalho do autor, ou bastará perceber de nouvelle vague, para entender que Alphaville é um caso á parte.
O filme é uma incursão no género da ciência ficção não muito longe de outros como Metrópolis (expressionista) ou Blade Runner (Cyberpunk), cada um com a sua visão distópica de uma sociedade desumanizada produto do avanço tecnológico.
Há também uma influência directa de 1984, isto materializado numa bíblia que não é afinal mais que um dicionário onde a palavra é a todo o custo controlada pelo Alpha 60.
O que mais perturba a quem está familiarizado com isso da nouvelle vague, ao menos na sua forma inicial, é a oposição que aqui aparece ao habitual diálogo da Paris postal em favor de uns cenários modernistas, muito estilizados, tudo combinado com um néon em forma de flechas e outras indicações, ou contra indicações. A fotografia a branco e preto com umas surpresas a negativo, fantástica, arremessa ainda mais para a persuasão do abstracto a que se assiste.
A terminar acrescento a impressão esquisita que me provocou a forma de humor que é utilizada em Alphaville, melhor ver para comentar.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

O último capítulo na última sessão...

A última sessão no último dia... Bem a minha vontade de ver o filme na realidade não era muita , mas depois de sair da sala de cinema nem acreditei. Já nao me lembrava de um filme com um impacto de imagem tão forte. O nome do filme é The Fountain do Darren Aronofsky com Hugh Jackman e Rachel Weisz... Para mim é uma declaração de amor perfeita, mas regida pelo incontrolável impulso juvenil de ser contada. Um filme estranho pela sua familiaridade. O esquematismo anárquico de The Fountain faz apostas e sacrifícios numa trama insumarizável, esotérica, que sugere estímulos intelectuais apenas para se revelar num melodrama extremamente doce. Alinhando as obras anteriores de Darren Aronofsky numa espécie de trilogia dos falsos deuses: a fé nos números em “Pi”, a fé nos vícios em “Requiem for a Dream” e a fé pura e simplesmente em “The Fountain”. Darren Aronofsky, que sempre falou a linguagem dos estímulos visuais (o ritmo paranóico em “Pi”, a lisergia em “Requiem for a Dream”) ,mas ao mesmo tempo tão comunicativa que na platéia só aumenta a sua aura. De notar também o excelente papel representado por Hugh Jackman (Talvez o melhor de sempre na sua carreira...).
Cumprimentos a todos os utilizadores e administradores do blog.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Sobre o expressionismo cinematográfico Alemão

Seguindo cada um a sua fantasia, começo pelo princípio da minha.
O passado do que aqui se fala é feito de um incontestável branco e preto mas é também feito de muitas outras impressões tão fortes como esta e que transformavam o aborrecido desse daltonismo numa realidade estranha quase sempre muito sugestiva. Neste processo maneirista mistura-se o trabalho de alguns pintores (em meu favor o de Kokochka, Kadinsky e Munch) com evidentes repercussões não na cor (ainda que haja actualmente tentativas disso pela escola de F.W. Murnau) mas sobretudo na estética. E porque falar disto é falar do trabalho de mestres como o de Fritz Lang em Metropolis (1927) ou de F.W. Murnau em Nosferatu, eine Symphonie des Grauens (1922) é precisamente por este último que queria iniciar o meu percurso pelo blog.
Terá sido por esta cultura do fantástico, primeiramente pelo universo vampiresco de Bram Stoker e posteriormente pelo romanticismo mudo de coisas como Aurora (1927) (Sunrise: A Song of Two Humans) que descobri o cinema na forma aproximada ao modo como hoje o concebo.
Mas sobre o nome de F.W. Murnau fica a promessa para outra altura. Falamos de expressionismo Alemão, situamo-nos no ano de 1919 e na criação do primeiro mito do cinema “O gabinete do Dutor Caligari” (1920) (Cabinet des Dr. Caligari., Das).
O argumento do filme decorre da imaginação do poeta Checo Hans Janowitz e o Austríaco Carl Mayer assim como de acontecimentos que ambos presenciaram num espetáculo de feira em Hamburgo onde um homem fazia milagres de força num aparente trance Hipnótico. O guião seria apresentado a Erich Pommer quem o acabaria por propor a Robert Wine (realizador checoslovaco pouco conhecido) depois de ter sido recusado por Fritz Lang em favor do término do serial “as aranhas”.
A estória transcorre numa aldeia fictícia (HostenWall) situada no norte da Alemanha perto da fronteira Holandesa onde o médium Cesare comete uma série de crimes sob as ordens hipnóticas do Dr. Caligari.
A ideia dos guionistas seria denunciar a actuação do estado Alemão que durante a primeira grande guerra utilizou os seus súbditos como Caligari a Cesare.
A minha posição é menos especulativa: o expressionismo como corrente estética é apoiado em impressionantes decorados distorcidos com chaminés obliquas, ruas contrafeitas, casas atravessadas ou janelas em forma de flecha, então, a temática não podia ser outra que o inconsciente, o crime, a agressão, o desejo, o erotismo…
A atmosfera é em suma inquietante, ameaçadora, as personagens altamente estilizadas, a melodia é ácida como aliás, representativa do género. O expressionismo surge com “o Gabinete do Doutor Caligari” fazendo uso das linhas das formas e dos volumes como uma introdução directa no estado de ânimo que se pretende injectar em forma de nervo.
Talvez o expressionismo não pudesse surgir fora do angustiante contexto político-social Alemão, e é como reflexo a única forma em que consigo entender alguma espécie de mensagem político. Fora isto arte, fora isto cinema.

“Não amamos tanto o cinema pelo que é como pelo que será”
Marcel Proust (1871–1922)

Introdutória

Uma pessoa já vai nisto do cinema há alguns anos e ao fim de outros tantos contam-se estórias bizarras de projectos cinematográficos, guiões nunca terminados, filmagens, tardes de ideias enfiadas num café, conversa e nada. Um pouco á moda dos cinemas de boa programação que nunca chegaram a abrir, nós soubemos seguir-lhes os passos.
Pois bem o grupo cresceu e emigrou para longe dos cafés, formaram-se. Hoje animais engenheiros e doutores, subversivos e inquietos andam por ai á solta dentro do país inteiro.
Dá-se um trambolhão, a conversa adapta-se, faz-se o chamamento e o que se proporciona é a oportunidade de aceder ás diferentes visões deste grupo variado de crápulas devotos á projecção continua ininterrupta de fotões que facilmente confundidos com a pessoa de género recorrente são afinal super estrelas de uma arte, invisível, ainda.
Mas se isto é ainda falso, resta o antigo, a sala escura, o cinéfilo, o silêncio.
De qualquer modo o seu a seu dono e precisamente porque de uma forma ou outra isto não tinha porque ter acontecido, ovação á experiência muy positiva da mão do senhor engenheiro Rui Barreira.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Só uma nota

Este domingo não consegui escrever, adormeci antes da hora de escrever... Mas hoje andava aqui a ver uma coisas na net e, passados uns 10 segundos, dei por mim no youtube a ver videos até que me deparei com estes rebuçados que quero compartir com todos os nossos fiéis leitores.

http://www.youtube.com/watch?v=OL50ddCSJmo
http://www.youtube.com/watch?v=WEnKL9QJQ4w

Espero que se divirtam tanto quanto eu.
Já falta pouco para o evento do ano!!!


Abraço

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ando a sonhar acordado....

Como quase sempre, agora um pouco mais que durmo menos, sonho acordado. Hoje pela manhã ia de metro para o trabalho e eis que mais uma vez fui a viagem toda a sonhar acordado. E a rir-me de mim próprio. Depois de uma boa risada, lembrei-me de um filme, que infelizmente nunca vi, Science des rêves, La ou The science of Sleep (2006), do realizador Michel Gondry. Sim, do mesmo que realizou Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004). Embora desta vez não tenha contado com o Charlie Kaufman para a escrita do guião. Desta vez, Michel Gondry meteu mão à obra e ,ele próprio escreveu o argumento na totalidade. Embora não seja capaz de descrever a estória do filme como gostaria, esta conta a estória de um jovem, Stéphane, que confunde a sua vida real com a sua vida nos sonhos. Stéphane é aqui interpretado pelo, do meu ponto de vista, genial Gael García Bernal (nem vou citar filmes em que participou...). A contrapor Gael García Bernal aparece Charlotte Gainsbourg, mais conhecida por ser filha de Serge Gainsbourg embora já conte com inúmeros filmes no seu curriculum, no papel de Stéphanie, a vizinha do lado com dotes de compositora, e pela qual Stéphane, vá-se lá saber porquê, se apaixona...
Não me vou alongar mais sobre este filme. Só peço que ponham o trailer a correr e se deixem levar pelo encanto que pouco mais de 2 minuntos podem despertar numa alma.

domingo, 8 de abril de 2007

People disappear every day/Every time they leave the room

Após um fim-de-semana de grande importância religiosa podia ter escolhido um filme religioso, mas como nós não falamos de religião decidi falar de filmes que levantassem questões existencialistas. E os escolhidos são: Professione: reporter (1975) e I Heart Huckabees (2004).
Antes de começar a minha disertação semanal, achando-me eu um crítico de cinema, quero referir que não falo do Woody mais uma vez porque ele merece que eu esteja com um estado de espírito mais alegre. Este mês já foi lançado no mercado Home Video um dos filmes da semana passada, A Scanner Darkly de Richard Linklater.
Professione: reporter (1975) é um fantástico filme do realizador italiano Michelangelo Antonioni, onde se relata a desilusionada vida do documentarista David Locke, em mais uma excelente performance de Jack Nicholson, que neste caso surge num registo um pouco mais calmo do que o habitual, mas que mesmo assim funciona muito bem. A jornada começa no deserto do Sahara, maravilhosamente captado por Michelangelo Antonioni, onde o azul do céu e o castanho da areia transmitem uma agoniante sensação de calor. É neste local que Locke começa a sentir frustação perante a sua vida, onde começa a questionar o seu passado, onde decide trocar o seu eu. Curioso é pensar como reagiríamos perdidos no deserto, cobertos de suor, cansados e sem água. Será que mudaria a nossa existência em algo?...
Este filme foi um falhanço comercial, na minha opinião porque este filme exige entrega por parte do espectador, exige que o observador entre no papel do personagem central e que ao mesmo tempo analise todos os detalhes de vários ângulos. Como tal, todos aqueles que não gostam de filmes parados em que a imaginação do espectador tem que estar em continua labuta não vejam este filme....
Pareceu-me boa ideia conseguir falar de um filme existencialista que fosse divertido, é então que me lembro de I Heart Huckabees (2004), que em português tem o brilhante título "Os Psico-Detectives". Realizado por David O. Russell, esta é a estória do ambientalista de pouco sucesso Albert Markovski (Jason Schwartzman) que rivaliza com o executivo gabarolas Brad Stand(Jude Law). Por diferentes razões ambos procuram apoio de um grupo de detectives algo peculiar, detectives existencialistas, em duas hilariantes interpretações de Lily Tomlin e Dustin Hoffman. Este casal de detectives é confrontado com a sua inimiga de método, em outra interpretação brilhante de Isabelle Huppert (Pianiste, La (2001) de Michael Haneke). A estória não se fica por aqui, o aparecimento de outras personagens, como o colega de terapia de Albert, ajudam a levantar ainda mais questões e a expor opiniões sobre o lugar de cada um no mundo.
Como podem ver, trata-se de um filme divertido com um fantástico elenco e que pode ajudar a algumas pessoas a questionar-se sobre elas próprias, ou pelo menos isso espero.

Acho que vou ficar por aqui, espero que gostem dos filmes. Quem já os viu deixe opinião, quem não os viu, veja!!....
A ver se para a semana falo do Woody, talvez algo do género biografia seja melhor e mais fácil do que estar a escolher um filme só.
Boa semana

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Round 5

Round 5 (2005) uma curta mexicana de Jorge Aguilera e Javier Aguilera.

Uma jornada alucinante ao “underground” da Cidade de México, desencadeada por um simples facto: uma linda jovem deixa um conjunto de chaves numeradas a um jovem pugilista. Será que conseguem descobrir todas as pistas numeradas?

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Filthy Food

Já ouvimos que algumas comidas são afrodisíacas, mas isto é ridículo. Vejam esta brasa a fazer "sweet love" com o seu almoço.

Filthy Food (2006) é uma curta realizada por T. Arthur Cottam, dos USA.

terça-feira, 3 de abril de 2007

The Act

The Act (2004) é mais uma curta realizada por Susan Kraker e
Pi Ware dos USA.

Uma comediante de stand-up usa o seu texto para se vingar do ex-marido e por sua vez esconder um segredo obscuro.
O papel de comediante é representado pela actriz nossa conhecida da série That 70's Show, Debra Jo Rupp, uma estória comovente com um poderoso final.

SPIN

Spin (2005), é uma curta-metragem realizada por Jamin Winans, dos USA.

Um misterioso Dj é enviado para a esquina de uma rua movimentada com o objectivo de solucionar uma cadeia de maus eventos. Será capaz de se sobrepor o poder da música ao poder do destino? Põe a agulha no disco e descobre.

Aviso aos novos autores.

Por favor, não se esqueçam de colocar um "label" para cada post. Assim poderemos manter uma boa organização por temas, em prol da diversificação.
Mas como fazer isso perguntam-se. Bom simples, enquanto escrevem o "post" deslizem o olhar pelo ecran, em direcção às pernas e encontrem a caixa que diz "Labels for this post:". Simples! Divirtam-se.

domingo, 1 de abril de 2007

Não resisto em só falar de um filme

Hoje estou bem disposto, por isso vou tomar a liberdade de falar não de um, mas de dois filmes.
Muito sucintamente, A Scanner Darkly(2006) e Brazil(1985).
A Scanner Darkly é o último filme de Richard Linklater, realizador de culto, que já nos ofereceu filmes como Before Sunrise, Before Sunset e Waking Life. Baseado na obra homónima do mago da ficção cinetífica norte-americana Philip K. Dick, a A Scanner Darkly é a estória de um polícia infiltrado, que na tentativa de tornar o seu disfarce o mais credível possível se envolve no consumo excessivo de uma nova droga, "substance D", acabando por perder o controlo da sua personalidade. Tal como Waking Life, A Scanner Darkly foi animado sobre o fotograma da película, resultando numa bela imagem de animação, na qual o sonho parece misturar-se com a realidade, promovendo ainda mais confusão na cabeça do espectador, " What Does A Scanner See?". Com Keanu Reeves e Winona Ryder nos principais papéis, este é um filme a não perder.... Opps, infelizmente, este é um filme cujos direitos não foram comprados para Portugal, por isso só deveremos ter oportunidade de o ver quando chegar ao circuito do Home-DVD, se forem como eu e fizerem muita questão de o ver, porque gostam que brinquem com os vossos sentidos, baixem da net.
A ideia do blog, era um filme por semana, mas há tantos filmes que é inpossível limitar a um por semana. O filme sobre o qual falo a seguir, Brazil, é visão fantástica de Terry Gilliam sobre o clássico da literatura mundial "1984" de George Orwell. Terry Gilliam, membro dos hilariantes Monty Phyton, relata a estória de Sam Lowry, Jonathan Pryce, cuja vida de burocarata se vê interrompida, quando na tentativa de corrigir um erro se torna inimigo do governo. Constantemente a sonhar acordado, Sam voa de asas bem abertas sobre a sociedade que despreza e na qual quem não está com o governo, está contra ele. Distópico, romântico, provocador e cheio de grandes imagens, Brazil tem tudo o que um filme onírico pode e deve ter. Para acabar, referir o contribuição maravilhosa do canalizador Archibald 'Harry' Tuttle interpretado por Robert De Niro, que ao bom estilo Super Mario, aparece sempre para ajudar Sam.

Sei que tinha prometido um filme do Woody Allen, espero fazê-lo para a semana, numa nova rubrica a que vou chamar "Filmes que inspiraram outros filmes" e que vai começar com de Federico Fellini versus Stardust Memories de Woody Allen.

Bons filmes