segunda-feira, 30 de abril de 2007

Lynchiano

O que dizer de um filme que passadas três horas de experiência cinematográfica ainda é capaz de por duas pessoas a discutir, de uma forma acessa e imaginativa, o que viram durante mais umas horas...
Talvez seja esse o poder de David Lynch, que em Inland Empire (2006) consuegue mais uma vez despertar paixões, ódios, loucuras, fantasmas, sonhos, ... É capaz de expor as maáscaras que usamos no nosso dia-a-dia com o encanto de três coelhos a conviverem numa sala. Consegue falar da sua Hollywood mostrando desde as paixões proíbidas, até ao mundo solitário que todos habitamos. E como se não bastasse, conta isto tudo com um enredo de estória, dentro de estória, dentro de estória.
Laura Dern, musa de David Lynch, é Nikki Grace, actriz à beira do esquecimento, que tem agora a sua última oportunidade, e Susan Blue, personagem do filme. Inland Empire gira em volta destas duas personagens, sendo que em várias fases do filme não somos capazes de distinguir qual delas está em cena.
Podia proseguir esta análise e começar a dizer o que depreendi das várias cenas do filme, podia fazer comparações com outros filmes, mas acho difícil, para não dizer impossível, podia contar a minha versão da estória, mas se vocês lessem este post antes de verem o filme, ficavam condicionados pela minha opinião, por isso parece-me mais agradável e didáctico para vocês. Assim usam todos a imaginação e não seguem a minha fragmentada teoria! Guardamos as teorias para os comentários...

1 comentário:

Anónimo disse...

Vou-me estrear nos comentários ao vosso blog com este Inland Empire que tem tanto de interessante como de enigmático...saí do cinema com uma sensação estranha mas depois de umas horas de discussão "acessa" concluí ter gostado muito deste filme que nos obriga a dar largas à nossa imaginação...
Aproveito para vos felicitar por esta bela iniciativa :)