terça-feira, 11 de setembro de 2007

Noticias

Já há noticias sobre a associação? - pergunto.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Emprenhada

Já andava a tentar arranjar este filme à uns tempos e aproveitando a dica do Capitão Timor encontrei-o no avaxhome.org. Apesar de gravado no cinema, a qualidade é das menos más, das que nos habituamos aos 5 minutos. Nos Estados Unidos esta comédia, intitulada de “Knocked Up” foi quase um fenómeno de aceitação que apesar da aparecer na onda dos Frat Pack ( Ben Stiller, Will Ferrell, Jack Black, Vince Vaughn, Owen Wilson, Luke Wilson), apresenta um argumento mais sólido que os demais, com personagens mais reais, expostas a situações caricatas causadas por elas próprias, em vez de caricaturas imaginárias em cenários tresloucados.
A história conta como Ben Stone, a personagem interpretada por Seth Rogan (“Freaks and Geeks”, “Undeclared” e papéis secundários e “cameos” em alguns Frat Packs), um desleixado “Party Animal” que vive à custa do dinheiro que recebeu do seguro, e passa o tempo “agarrado ao bongo” com os amigos charrados, consegue passar uma noite com Alison Scott, interpretada por Katherine Heigl (a loirinha da "Grey's Anatomy" que já leva um currículo bastante extenso, mas pouco feliz: até já foi sobrinha do Steven Seagal quando ele, depois de ser o maior no barco, teve que ser o maior no comboio!), uma jornalista televisiva em ascensão de carreira que vive com a irmã, cunhado e sobrinhos. Passadas oito semanas e oito mil testes de gravidez ela sente-se na obrigação de lhe contar, e vão, a partir dessa altura, tentar criar uma relação que, aparentemente, só tem em comum o bebé.
Esta é a segunda longa-metragem de Judd Apatow, que se estreou com “The 40 Years Old Virgin” e co-realizou a série de culto “Freaks and Geeks” e mais tarde “Undeclared”. Para além de realizador é também argumentista e, até ver, uma promessa da comédia de autor americana. De salientar ainda o desempenho destes dois jovens actores, que têm muito provavelmente neste filme, um trampolim para as respectivas carreiras, bem como de grande parte dos secundários.

O filme não tinha estreia marcada para Portugal, mas parece que vai ser lançado a 18 de Outubro com o fantástico nome de “Um Azar do Caraças” (segundo diz o Criswell na Premiere). Aconselho toda a gente a ir ver, pelo menos quem gosta de se rir com ou sem o efeito de psicotrópicos. Só o vi uma vez e é possível que à segunda a bajulação não persista, ou deixe de fazer sentido. No entanto, já não me ria assim com um filme novo, e ainda por cima a cheirar a blockbuster, à uns anos.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

terça-feira, 24 de julho de 2007

Bio Moda

Os amigos do ambiente andam aí. E mesmo eu estando farto dos ouvir falar, lembraram-se agora que o mundo caminha para o fim e que nós estamos a acelerar o processo...., decidi falar do tema.
Assim sendo, decidi deixar o trailer de um documentário que apela ao uso do bio-diesel, substância vegetal que substitui o uso do diesel derivado do petróleo, embora com muito menores, muito mesmo, emissões de CO2.
Este documentário conta com depoimentos de Noam Chomsky, Yoko Ono, Morgan Freeman e Tommy Chong, entre outros, e intitula-se Greasy Rider (2006), realizado por Joey Carey e JJ B. Gostava de poder falar mais sobre o documentário, mas não consegui reunir muita informação, pelo que sugiro que vejam o trailer e caso consigam informações as postem os comentem.
Não me vou alongar mais.
Hasta.

sábado, 21 de julho de 2007

Harry Potter..

Um êxito de bilheteiras que se adapta melhor ao formato mini-série, que ao cinema.
Fui ver o último filme desta saga o "Harry Potter e a Ordem de Fénix" no dia de estreia. Não aconselho, esperem pelo natal e vejam o filme calmamente em casa com um zapping pelo meio e se por acaso se esquecerem que estavam a ver o filme enquanto fazem o lanche, não há problema.
Nesse mesmo dia estreou o quarto filme do Die Hard, e mais uma vez fiquei a pensar que talvez fosse melhor te lo visto.
Por enquanto é tudo. Espero vir a estar mais activo nestes dias pois estou finalmente de férias! Até.

sábado, 7 de julho de 2007

À espera sob o sol

É com pena que vejo este blog a perder um pouco do fulgor que teve no mês de Abril. Mas como fiz parte do problema, sinto necessidade de voltar a escrever com mais regularidade. Espero que todos os outros voltem a escrever e comentar as parvoíces que aqui são escritas. Vamos lá.

Foi com muito agrado que recebi a notícia do início da produção de Choke, devendo estrear em 2008. Trata-se de mais um filme baseado num livro de Chuck Palahniuk, o autor de Fight Club (1999). Choke vai ser a estreia atrás as câmaras de Clark Gregg, que também adaptada o argumento para cinema. Apesar de se tratar do seu primeiro filme como realizador, Gregg já é um actor com um largo currículo, tendo participado em várias séries de televisão e filmes como The Usual Suspects (1995), Magnolia (1999) e Artificial Intelligence: AI (2001), ainda que sempre como secundário. Em traços largos, Choke é a estória de um viciado em sexo que recorre à simpatia daqueles que o salvaram da asfixia para pagar as contas do hospital onde a sua mãe se encontra internada. O papel de Victor Mancini, o tal do viciado, será interpretado por Sam Rockwell (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy (2005) e Confessions of a Dangerous Mind (2002)). O papel de mãe Mancini será interpretado por Anjelica Huston, filha do mítico realizador e actor John Huston. Também baseado numa obra de Chuck Palahniuk, foi recentemente anunciado que Invisible Monsters será transformado em filme por Jesse Peyronel, que realiza aqui a sua primeira longa-metragem. Quem quiser saber mais sobre este escritor de culto, foi recentemente traduzido para português mais uma obra dele, Diário, sugiro que visitem o site do culto, www.chuckpalahniuk.net, ou vejam o documentário Postcards from the Future: The Chuck Palahniuk Documentary (2003), ou vejam a leitura de "Guts", um conto inserido no penúltimo livro do autor, "Haunted".

Para terminar, lembro que é já no dia 27 do presente, que o mais esperado filme do ano, perdoem-me os Coen, Tarantino e Kar Wai, entre outros, The Simpsons Movie estreará.



quarta-feira, 4 de julho de 2007

O cinema e a televisão

No outro dia no excelente programa da 2, Câmara Clara, falava-se que a melhor ficção para adultos hoje em dia estava na televisão e citavam-se os exemplos da saga da família Soprano e Sete Palmos de Terra aos quais acrecento dois novos vícios, Dexter e Weeds. Então estava eu a ver no outro dia o novo do Linklater, Fast Food Nation, que não é nada de especial, conscencioso e com vontade de captar uma realidade americana que normalmente não tem destaque, mas o Linklater tem jeito é para filmes de conversa e neste perde um bocado. Como sempre depois de ver um filme, toca a ir ao site cinéfilo de eleição imdb, deixar lá o votinho e descobrir mais sobre o filme e, foi aí que descobri que o Richard Linklater também já se tinha aventurado pelo mundo da ficção televisa, justamente abordando a temático das cadeias de fast-food, numa série que supostamente se deveria chamar $5.15/hour e da qual só realizou o episódio piloto que foi rejeitado pela cadeia televisiva. É pena que não tivessem continuado mas mesmo assim aqui fica o episódio em jeito de curiosidade.

sábado, 9 de junho de 2007

Só para isto não ficar parado

Não tenho visto muito cinema, alguns filmes mas nada que me dê vontade de escrever sobre isso, quando acabar de ver o dvd-pirata do Tarkovsky talvez escreva aqui alguma coisa. Saído à noite de vez em quando mas não vou escrever sobre isso porque tem sido nesta cidade do Porto que já toda a gente conhece. Então porquê estar aqui a deixar umas linhas? Apeteceu-me e no bom espírito melómano que me caracteriza, já que música essa estou sempre a ouvir, vim aqui deixar uns aperitivos de uns movies sobre música, não musicais, sobre música.
O primeiro fez furor em Cannes este ano, acho que veio de mãos vazias apesar disso, e é o primeiro filme de Anton Corbijn, realizador de videoclips, famoso especialmente pelos que fez e faz para os Depeche Mode. O filme chama-se Control e é um biopic acerca da figura carismática e erguida a mito urbano-depressivo Ian Curtis e a sua banda os Joy Divison. Aqui fica o aperitivo:


O próximo é também sobre um ícone do punk, provavelmente o maior, Joe Strummer, membro fundador dos seminais The Clash. Chama-se Joe Strummer: The Future Is Unwritten, é feito em modo mais ou menos documental, realizado por Julien Temple um gajo da cena punk da epóca, tem montes de pessoal famoso a dizer o que acham do homem e vem o selo de Sundance.




O que é engraçado é que eu não andava nem ando muito nesta onda de rock mais antigo, mas vagueando na net descobrem-se pérolas e depois já que isto anda meio parado toca a partilhar.

sábado, 26 de maio de 2007

Em resposta á crescente uniformização da crítica cinematográfica...

Procuro redefinir o crítico, ou antes o espectador, mas isto é a definição do cinema?
Posso começar por perguntar, é o cinema uma manifestação de ordem estética sujeita a uma valoração Histórico-sociocultural?
Para quem o cinema parta deste princípio e para mim parte, situa-o em referência á arte. Daqui nasce por princípio que aquele que produz cinema produz por conseguinte arte.
Procuro redefinir o crítico, proponho a anterior valoração fora de toda passividade ate agora revestida . Respondo em primeiro lugar com esta Valoração Histórico-sociocultural como o próprio processo assim como a única forma possível de produzir arte.
Procuro redefinir o espectador, afirmo todo a atitude contemplativa como condição primeira deste e então toda a tomada de consciência activa do mesmo como o processo de valoração atrás descrito.
O produto artístico, dentro da definição do cinema, o filme, nasce então da recriação realizada pelo espectador crítico que neste instante passa a produzir arte.
Procuro o elogio ao radicalismo de forma a dar resposta á crescente uniformização da critica cinematográfica. Enquadrados num universo de apenas pouco mais de 100 anos de existência não dispomos ainda de uma linguagem precisa no relato critico ou o que é o mesmo, na reconstrução holística do real, do filme.
Apesar disto faz-se incursão numa espécie de molde a partir do qual se estrutura toda, ou a maioria da critica hoje existente, pobre.
Veja-se o método utilizado de forma sempre incompleta em tudo ao referido a obras como as registadas por David Lynch. O sentimento é de estranhez geral…expresse-se então essa estranhez até á fibra mais sensivel até á ultima precisão de ideia evocada.
Quero o radicalismo, que se goste ou não se goste mas luz na valoração, tirem-se cursos de anatomia comparada.
Aqui estamos para dissecar cinema, seja-mos brutos e gozemos desta época dourada da infância de uma arte... pode-se foder, esfolar perseguir e matar tudo o que se quiser. Vive-mos na glória do que o cinema È ainda sem o ser. Seremos por isso a inveja de um tempo de representação livre, de filhos consagrados ao prazer religioso como que ao culto do ainda inextricável, Cinema.
Para a libertação do Realizador e libertação do Espectador, um Memorando a todos os que aqui nos encontra-mos como recriadores ou antes criadores de Cinema.

Tínhamos melómano… Bem e com isto amplia-se a temática…

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Almodóvar nasceu morto

Mas aqui vinha Wong Kar WaiChungking Express” e Tarantino…passo a vez ao Capitão que abaixo faz expressão de bom gosto.
Em substituição Fassbinder.

Para quem tenha lido o Y (do qual o público é suplemento todas as sextas-feiras) ou para quem no mês passado coabitasse a cinemateca de Lisboa ou para quem tenha lido o que neste blog há para ler acerca da Nouvelle Vague ou em fim para quem o cinema não seja já um orifício, apertadinho…Rainer Werner Fassbinder.
Almodóvar nasceu morto, “Querelle” (1982) na minha experiência a primeira aproximação ao porquê Gay.
Esqueçam isso do género Queer, se fossem um marinheiro solitário ancorado num porto longínquo iam perceber… Nada de a "Brokeback Mountain”, passarinhos chilreantes e pik niks gratuitos apenas suportados por isso do cow-boy profanado. E ao cálido de Almodóvar Querelle opõe vermelho, vermelho e mais vermelho.
Trata-se de um filme de intensa e obsessiva beleza, cenários teatrais deliberadamente antirrealistas. No exterior um eterno sol que se põe, no interior uma forte reanimação da mímica gay com polícia, marinheiro e construtor civil incluído.
Querelle desembarca no porto de Brest onde reencontra o irmão Robert, este faz de amante da senhora do Bar Feria. A senhora do Bar Feria é a mulher de Nono com quem todo aspirante ás meninas do bar tem de jogar aos dados, quem ganha copula quem perde é copulado, por Nono.
É neste ponto em que Querelle se lança num largo percorrido de descortinar interior, situações defenidas á força de uma tensão erótica e onde a homossexualidade é transportada para um patamar existencial onde o assunto se despoja de toda banalidade.
Há iconografia gay é certo mas há sobretudo novos olhares, uma forma diferente de entender tanto o assunto como a forma em que ele é tratado.
Há o meio trabalhado em que a mulher tem como único representante uma velha alcoviteira, a figura dominante é portanto o homem, o homem sobre o fraterno do homem e onde por isso a mulher é deslocada, assume a maternalidade e opõem-se a qualquer ideia de desejo. È ela que canta “todo o homem mata aquilo que ama”.
Há em todo o filme segundos de eternidade… Digo “Ultimo tango em paris” e surgem dois corpos involuntários num quarto vazio. Digo “Underground” et voilá uma mulher dança agarrada a um tanque, digo a Querelle e surge Nono... por detrás. Não brinco! Sente-se verdadeiramente alguma coisa de elevado na forma como se regista esta primeira relação… sobre isto comentários á parte…
Quanto a Almodóvar não levem a sério é só um mau título e nada mais.
A reprodução única que consegue acerca de la Movida Madrileña (movimento contracultura iniciado em Madrid) faz-me perder toda a malícia critica.

Que o meu complexo de escrita nao fira nunca a sensibilidade de quem nunca viu e se vê por isso privado de ver, em favor do meu comentário.
Desculpas antecipadas a essas vistas sensíveis. Por minha parte não me abstenho de comentar o que seja, sempre que o que é, seja o cinema!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Depois de Portugal, Vasco da Gama rumo a Oriente

De vez em quando o canal público até cumpre o serviço público e até passa bons filmes, pena é que não tenha sido a horas muito decentes para um filme de quase quatro horas mas quem não tem muito fazer esta semana aguenta bem a dose. Falo de Apocalipse Now do Francis, aquele que para mim é "o filme" e mais não me alongo porque já quase toda a gente o viu e não era bem disto que queria falar. Claro que quando o filme acabou lá fui ao imdb ver se já tinha posto o 10/10 e como isto da net é viciante, fui á procura de mais informação e descobri que quando Apocalipse Now ganhou a palma de ouro em Cannes era um work in progress e, que o festival preferido dos cinéfilos vai começar na próxima semana. E é aqui que queria chegar. Na competição oficial, por entre os novos do David Fincher, do Kusturica, do Gus Van Sant, dos irmãos Cohen entre outros, vai estar o filme "americano" do cineasta de Hong-Kong, Wong Kar Wai, My Blueberry Nights, que como o poster abaixo mostra promete, ainda não há trailer.Este cineasta é um dos meus preferidos nesse fetiche que tenho pelo cinema asiático e confesso que aguardo com espectactiva esta incursão por hollywood, primeiro porque normalmente nunca correm bem e porque neste filme não vai ter a ajuda de Christopher Doyle na cinematografia que conferia uma parte do fascínio nos filmes anteriores. A carreira deste senhor tem sido prolífica em grandes obras, sempre rodando à volta da mesma temática, 2 pessoas, boy meets girl, o tempo e o espaço ficam diferentes como que parados, tudo isto filmado com uma sensibilidade e proporcionando-nos imagens belíssimas. Destaque para a trilogia, Days of Being Wild, In the mood for love e 2046, isto dentro de um percusso quase sem pontos baixos e que para quem não conhece aconselho vivamente a descobrir. Só o final do Fallen Angels vale mais do que muito do cinema que até se diz de autor. E pronto, hoje não estou muito de verborreia, melhores dias virão, prometo.
Já agora, para não vir para aqui encher o blog com música, criei um outro, que até pode ser visto como uma secção deste, inteiramente dedicado a videoclips. Agradece-se colaboração.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Um Manicómio Literário

[modo político] Antes de mais quero agradecer o convite que me foi feito no sentido de colaborar na feitura deste espaço de tertúlia amigável sobre a sétima arte. Prometo que se assim acharem por bem, vir aqui regularmente "espicaçar" essas mentes inquietas com sugestões, pensamentos e no bom sentido democrático com uma ou outra crítica. Um grande bem haja para todos vós. [fim do modo político].
Ok já destilei um pouco de sarcasmo agora venha a seriedade: vou-vos falar de plágios. Não, não é isso, só não queria correr o risco de parecer repetitivo no que toca a agradecimentos, assim não há dúvidas… as minhas desculpas ao Sr. Gusmão.
Como ainda ninguém falou em cinema nacional vou-me chegar à frente e escrever sobre o último que vi, “A Divina Comédia (1991)” do Manoel de Oliveira. Em primeiro lugar saudar o cineasta de 98 anos que tem estado a trabalhar à velocidade de um filme anual mas sem qualquer pressa, como se viu no ano passado quando estreou um filme homenagem a Buñuel de seu nome Belle Toujours. O filme de que vos falo tem 16 anos e foi feito 6 anos depois do Sr. De Oliveira receber o prémio carreira em Veneza.
Este, “A Divina Comédia”, ao contrário do que se pode pensar, não se trata de uma adaptação da obra de Dante, embora seja possível encontrar pontos de contacto, mas antes uma dissertação sobre os valores humanos, o conflito entre o Bem e o Mal, a fé, o pecado, a punição, o arrependimento, a luxúria e o amor, em plena casa de alienados. As personagens cruzam-se ao longo da narrativa e vivem as suas alucinações/obsessões sendo que todas elas são personagens bíblicas ou romanescas. A encabeçar o elenco, Miguel Guilherme e Maria de Medeiros interpretam Raskólnikov e Sónia (personagens de Crime e Castigo de Dostoiévski), Luís Miguel Cintra é o Profeta da Salvação do Mundo e Mário Viegas encarna (ou então é ele) o Filósofo do Anti-Cristo. Para além destes, a “comédia” conta ainda com Jesus Cristo, Lázaro, Adão, Eva e os Irmãos Karamazov entre outros, com destaque para Maria João Pires que interpreta a bíblica Marta e acompanha muito bem a narrativa ao piano. O filme expõe o antagonismo óbvio entre as crenças religiosas do cristianismo e a incredulidade religiosa e social do niilismo e ateísmo (a que o realizador chamou de “reflexão histórica”), com base em textos da Bíblia, Dostoiévski, José Régio e Nietzsche. Filmado à “velocidade” a que nos habituou… a contemplativa, o mestre português cria uma obra insólita que dá azo a várias interpretações e conclusões. Queria só acrescentar que apesar de já sentir uma certa simpatia pela Leonor Silveira, pareceu-me aqui muito bem a oferecer a maçã ao Adão.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

e quando não se tem nada para fazer, em vez de ver televisão, vai-se pró youtube

[modo político] Antes de mais quero agradecer o convite que me foi feito no sentido de colaborar na feitura deste espaço de tertúlia amigável sobre a sétima arte. Prometo que se assim acharem por bem, vir aqui regularmente "espicaçar" essas mentes inquietas com sugestões, pensamentos e no bom sentido democrático com uma ou outra crítica. Um grande bem haja para todos vós. [fim do modo político]
Ok já destilei um pouco de sarcasmo agora venha a seriedade. Não tenho ido muito ao cinema, vi o do Lynch, gostei, não sei se aquilo é cinema, só sei que é bom, a mim deixou-me esquisito quando abandonei a sala e mesmo quando o estava a ver, demasiado suscetível a cenas estranhas, assim tipo droga, mas para melhor. Então numa onda de continuar por caminhos mais ou menos lynchianos, seja lá o que isso for, proponho mergulhar na obra daquele que se um dia se lembrar de entrar no cinema, já fez algumas tentativas mas desistiu sempre, provavelmente será um digno sucessor de David Lynch. Falo então de Chris Cunningham, uma daquelas superstars dos videoclips (antes de ser cinéfilo, sou melómano, desculpem lá), tipo Michel Gondry e Spike Jonze, mas infinitamente mais groundbreaking (nunca sei muito bem traduzir esta palavra para português, desafiador não me soa credível). A maioria dos clips e curtas, tem por base música electrónica, nomeadamente dos artistas da warp records, como Aphex Twin ou Autechre e por aqui já se falou do Pi, vejam a banda sonora. A "sempre à procura da nova tendência do underground para toda a gente ver o tão freak que eu sou" Björk pediu-lhe e ele fez-lhe o melhor video de uma carreira e, isso é díficil porque verdade seja dita a senhora tem coisas muito boas, mesmo muito boas. Até a Madonna se rendeu ao talento, ao que parece o rapaz não ficou muito satisfeito com o resultado, perfeccionista...F****** até os anúncio publicitários que o homem faz são do c******...
Imagens futuristas, robótica, humor subversivo, grotesco, beats, clicks, distorção.
Fiquem com uma amostra e pesquisem no youtube que o futuro da imagem e da música é capaz de passar por aqui.


Rubber Johnny


Monkey Drummer

Mais exemplos:
http://www.youtube.com/watch?v=QnvmcRbiwm8
http://www.youtube.com/watch?v=eSCPORyElb0
http://www.youtube.com/watch?v=BLGfAUfmSc8

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Lynchiano

O que dizer de um filme que passadas três horas de experiência cinematográfica ainda é capaz de por duas pessoas a discutir, de uma forma acessa e imaginativa, o que viram durante mais umas horas...
Talvez seja esse o poder de David Lynch, que em Inland Empire (2006) consuegue mais uma vez despertar paixões, ódios, loucuras, fantasmas, sonhos, ... É capaz de expor as maáscaras que usamos no nosso dia-a-dia com o encanto de três coelhos a conviverem numa sala. Consegue falar da sua Hollywood mostrando desde as paixões proíbidas, até ao mundo solitário que todos habitamos. E como se não bastasse, conta isto tudo com um enredo de estória, dentro de estória, dentro de estória.
Laura Dern, musa de David Lynch, é Nikki Grace, actriz à beira do esquecimento, que tem agora a sua última oportunidade, e Susan Blue, personagem do filme. Inland Empire gira em volta destas duas personagens, sendo que em várias fases do filme não somos capazes de distinguir qual delas está em cena.
Podia proseguir esta análise e começar a dizer o que depreendi das várias cenas do filme, podia fazer comparações com outros filmes, mas acho difícil, para não dizer impossível, podia contar a minha versão da estória, mas se vocês lessem este post antes de verem o filme, ficavam condicionados pela minha opinião, por isso parece-me mais agradável e didáctico para vocês. Assim usam todos a imaginação e não seguem a minha fragmentada teoria! Guardamos as teorias para os comentários...

domingo, 29 de abril de 2007

Nouvelle Vague

Na filmoteca de Madrid há uma fila de cem metros, ou seja cerca de duzentas pessoas que bem encostadinhas á parede dão a volta ao quarteirão. Cinquenta metros de bizarro freak, punk e travesti com outro tanto de velharia franquista. O choque acima de evidente, não existe, e é que esta gente encontra-se aqui para ver ou rever Godard que ao que parece transcende ou quebra ou mesmo faz comédia de todo o resto vestígio uivante.
Mas antes de Godard, esta casa que é a casa de qualquer bom cinéfilo que por aqui se passeie. Aos interessados o lugar é Cine Doré e fica amparado na Calle Santa Isabel nº3, as sessões correm de forma quase ininterrupta entre as 17 e as 23 horas por duas (oníricas) salas de projecção. O espaço garante também livraria e cafetaria, aqui a entrada é livre e onde não o é, é como se fosse (2,50€).
Para o turista desamparado para quem Madrid é Sol e Gran Via e o cinema é rotulado ás pipocas Lusomundo recomendo Lavapiés, cheira a caril e também a coisa ilícita, há claustrofobia nas ruas, há pretos, chinos,índios…tudo em habitat natural e claro a filmoteca, Griffith, Chaplin Lubitch, Fassbinder,Tati, Fleicher, Renoir, Bergman, Welles, Godard e todas essas pronunciações que só de nome provocam uma súbita erecção auditiva.
O filme em questão é “Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution”, de Jean-Luc Godard, 1965. A coisa começa a negro com flashes de luz ofuscante enquanto uma música estridente marca este pulso luminoso e então que uma voz grotesca (num francês muito sugestivo), doente, declara: “há momentos em que a realidade se torna demasiado complicada para a comunicação oral, então a legenda dá-lhes uma forma com que se possam estender por todo o mundo”, isto ou qualquer coisa de parecido.
Alphaville é a estória do agente especial Lemmy Caution interpretado pelo actor Eddie Constantine, um recuperado Bogart, que viaja no seu Ford branco até á capital de um planeta distante (Paris) com a missão de trazer de volta o cientifico Von Braun. O científico foi no entanto naturalizado por si próprio criando o Alpha 60, um computador que controla Alphaville, a isto junta-se Anna Karina como Natacha Von Braun, filha do científico e programadora (de segunda classe) de Alpha 60 a quem Lemmy ama.
No que interessa dizer: não tenho ainda descodificado todo o trabalho de Godard, em parte porque é raro reencontra-lo no grande ecrã, em parte porque é difícil encontra-lo á venda em qualquer tenda. O meu percurso até este momento resume-se a “la Chinoise”, “le petit Soldat” e”Tout va Bien”, deu no entanto para perceber que o senhor é esquerdista, impulsionador e cocreador da Nouvelle Vague, e muito para além de qualquer destas duas verdades um mito na história do cinema, não um mito qualquer mas Godard assim como Buñuel ou no meu caso Pasolini (incrivelmente todos esquerdistas activos). Onde quero chegar é que não será preciso perceber muito do trabalho do autor, ou bastará perceber de nouvelle vague, para entender que Alphaville é um caso á parte.
O filme é uma incursão no género da ciência ficção não muito longe de outros como Metrópolis (expressionista) ou Blade Runner (Cyberpunk), cada um com a sua visão distópica de uma sociedade desumanizada produto do avanço tecnológico.
Há também uma influência directa de 1984, isto materializado numa bíblia que não é afinal mais que um dicionário onde a palavra é a todo o custo controlada pelo Alpha 60.
O que mais perturba a quem está familiarizado com isso da nouvelle vague, ao menos na sua forma inicial, é a oposição que aqui aparece ao habitual diálogo da Paris postal em favor de uns cenários modernistas, muito estilizados, tudo combinado com um néon em forma de flechas e outras indicações, ou contra indicações. A fotografia a branco e preto com umas surpresas a negativo, fantástica, arremessa ainda mais para a persuasão do abstracto a que se assiste.
A terminar acrescento a impressão esquisita que me provocou a forma de humor que é utilizada em Alphaville, melhor ver para comentar.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

O último capítulo na última sessão...

A última sessão no último dia... Bem a minha vontade de ver o filme na realidade não era muita , mas depois de sair da sala de cinema nem acreditei. Já nao me lembrava de um filme com um impacto de imagem tão forte. O nome do filme é The Fountain do Darren Aronofsky com Hugh Jackman e Rachel Weisz... Para mim é uma declaração de amor perfeita, mas regida pelo incontrolável impulso juvenil de ser contada. Um filme estranho pela sua familiaridade. O esquematismo anárquico de The Fountain faz apostas e sacrifícios numa trama insumarizável, esotérica, que sugere estímulos intelectuais apenas para se revelar num melodrama extremamente doce. Alinhando as obras anteriores de Darren Aronofsky numa espécie de trilogia dos falsos deuses: a fé nos números em “Pi”, a fé nos vícios em “Requiem for a Dream” e a fé pura e simplesmente em “The Fountain”. Darren Aronofsky, que sempre falou a linguagem dos estímulos visuais (o ritmo paranóico em “Pi”, a lisergia em “Requiem for a Dream”) ,mas ao mesmo tempo tão comunicativa que na platéia só aumenta a sua aura. De notar também o excelente papel representado por Hugh Jackman (Talvez o melhor de sempre na sua carreira...).
Cumprimentos a todos os utilizadores e administradores do blog.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Sobre o expressionismo cinematográfico Alemão

Seguindo cada um a sua fantasia, começo pelo princípio da minha.
O passado do que aqui se fala é feito de um incontestável branco e preto mas é também feito de muitas outras impressões tão fortes como esta e que transformavam o aborrecido desse daltonismo numa realidade estranha quase sempre muito sugestiva. Neste processo maneirista mistura-se o trabalho de alguns pintores (em meu favor o de Kokochka, Kadinsky e Munch) com evidentes repercussões não na cor (ainda que haja actualmente tentativas disso pela escola de F.W. Murnau) mas sobretudo na estética. E porque falar disto é falar do trabalho de mestres como o de Fritz Lang em Metropolis (1927) ou de F.W. Murnau em Nosferatu, eine Symphonie des Grauens (1922) é precisamente por este último que queria iniciar o meu percurso pelo blog.
Terá sido por esta cultura do fantástico, primeiramente pelo universo vampiresco de Bram Stoker e posteriormente pelo romanticismo mudo de coisas como Aurora (1927) (Sunrise: A Song of Two Humans) que descobri o cinema na forma aproximada ao modo como hoje o concebo.
Mas sobre o nome de F.W. Murnau fica a promessa para outra altura. Falamos de expressionismo Alemão, situamo-nos no ano de 1919 e na criação do primeiro mito do cinema “O gabinete do Dutor Caligari” (1920) (Cabinet des Dr. Caligari., Das).
O argumento do filme decorre da imaginação do poeta Checo Hans Janowitz e o Austríaco Carl Mayer assim como de acontecimentos que ambos presenciaram num espetáculo de feira em Hamburgo onde um homem fazia milagres de força num aparente trance Hipnótico. O guião seria apresentado a Erich Pommer quem o acabaria por propor a Robert Wine (realizador checoslovaco pouco conhecido) depois de ter sido recusado por Fritz Lang em favor do término do serial “as aranhas”.
A estória transcorre numa aldeia fictícia (HostenWall) situada no norte da Alemanha perto da fronteira Holandesa onde o médium Cesare comete uma série de crimes sob as ordens hipnóticas do Dr. Caligari.
A ideia dos guionistas seria denunciar a actuação do estado Alemão que durante a primeira grande guerra utilizou os seus súbditos como Caligari a Cesare.
A minha posição é menos especulativa: o expressionismo como corrente estética é apoiado em impressionantes decorados distorcidos com chaminés obliquas, ruas contrafeitas, casas atravessadas ou janelas em forma de flecha, então, a temática não podia ser outra que o inconsciente, o crime, a agressão, o desejo, o erotismo…
A atmosfera é em suma inquietante, ameaçadora, as personagens altamente estilizadas, a melodia é ácida como aliás, representativa do género. O expressionismo surge com “o Gabinete do Doutor Caligari” fazendo uso das linhas das formas e dos volumes como uma introdução directa no estado de ânimo que se pretende injectar em forma de nervo.
Talvez o expressionismo não pudesse surgir fora do angustiante contexto político-social Alemão, e é como reflexo a única forma em que consigo entender alguma espécie de mensagem político. Fora isto arte, fora isto cinema.

“Não amamos tanto o cinema pelo que é como pelo que será”
Marcel Proust (1871–1922)

Introdutória

Uma pessoa já vai nisto do cinema há alguns anos e ao fim de outros tantos contam-se estórias bizarras de projectos cinematográficos, guiões nunca terminados, filmagens, tardes de ideias enfiadas num café, conversa e nada. Um pouco á moda dos cinemas de boa programação que nunca chegaram a abrir, nós soubemos seguir-lhes os passos.
Pois bem o grupo cresceu e emigrou para longe dos cafés, formaram-se. Hoje animais engenheiros e doutores, subversivos e inquietos andam por ai á solta dentro do país inteiro.
Dá-se um trambolhão, a conversa adapta-se, faz-se o chamamento e o que se proporciona é a oportunidade de aceder ás diferentes visões deste grupo variado de crápulas devotos á projecção continua ininterrupta de fotões que facilmente confundidos com a pessoa de género recorrente são afinal super estrelas de uma arte, invisível, ainda.
Mas se isto é ainda falso, resta o antigo, a sala escura, o cinéfilo, o silêncio.
De qualquer modo o seu a seu dono e precisamente porque de uma forma ou outra isto não tinha porque ter acontecido, ovação á experiência muy positiva da mão do senhor engenheiro Rui Barreira.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Só uma nota

Este domingo não consegui escrever, adormeci antes da hora de escrever... Mas hoje andava aqui a ver uma coisas na net e, passados uns 10 segundos, dei por mim no youtube a ver videos até que me deparei com estes rebuçados que quero compartir com todos os nossos fiéis leitores.

http://www.youtube.com/watch?v=OL50ddCSJmo
http://www.youtube.com/watch?v=WEnKL9QJQ4w

Espero que se divirtam tanto quanto eu.
Já falta pouco para o evento do ano!!!


Abraço

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ando a sonhar acordado....

Como quase sempre, agora um pouco mais que durmo menos, sonho acordado. Hoje pela manhã ia de metro para o trabalho e eis que mais uma vez fui a viagem toda a sonhar acordado. E a rir-me de mim próprio. Depois de uma boa risada, lembrei-me de um filme, que infelizmente nunca vi, Science des rêves, La ou The science of Sleep (2006), do realizador Michel Gondry. Sim, do mesmo que realizou Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004). Embora desta vez não tenha contado com o Charlie Kaufman para a escrita do guião. Desta vez, Michel Gondry meteu mão à obra e ,ele próprio escreveu o argumento na totalidade. Embora não seja capaz de descrever a estória do filme como gostaria, esta conta a estória de um jovem, Stéphane, que confunde a sua vida real com a sua vida nos sonhos. Stéphane é aqui interpretado pelo, do meu ponto de vista, genial Gael García Bernal (nem vou citar filmes em que participou...). A contrapor Gael García Bernal aparece Charlotte Gainsbourg, mais conhecida por ser filha de Serge Gainsbourg embora já conte com inúmeros filmes no seu curriculum, no papel de Stéphanie, a vizinha do lado com dotes de compositora, e pela qual Stéphane, vá-se lá saber porquê, se apaixona...
Não me vou alongar mais sobre este filme. Só peço que ponham o trailer a correr e se deixem levar pelo encanto que pouco mais de 2 minuntos podem despertar numa alma.

domingo, 8 de abril de 2007

People disappear every day/Every time they leave the room

Após um fim-de-semana de grande importância religiosa podia ter escolhido um filme religioso, mas como nós não falamos de religião decidi falar de filmes que levantassem questões existencialistas. E os escolhidos são: Professione: reporter (1975) e I Heart Huckabees (2004).
Antes de começar a minha disertação semanal, achando-me eu um crítico de cinema, quero referir que não falo do Woody mais uma vez porque ele merece que eu esteja com um estado de espírito mais alegre. Este mês já foi lançado no mercado Home Video um dos filmes da semana passada, A Scanner Darkly de Richard Linklater.
Professione: reporter (1975) é um fantástico filme do realizador italiano Michelangelo Antonioni, onde se relata a desilusionada vida do documentarista David Locke, em mais uma excelente performance de Jack Nicholson, que neste caso surge num registo um pouco mais calmo do que o habitual, mas que mesmo assim funciona muito bem. A jornada começa no deserto do Sahara, maravilhosamente captado por Michelangelo Antonioni, onde o azul do céu e o castanho da areia transmitem uma agoniante sensação de calor. É neste local que Locke começa a sentir frustação perante a sua vida, onde começa a questionar o seu passado, onde decide trocar o seu eu. Curioso é pensar como reagiríamos perdidos no deserto, cobertos de suor, cansados e sem água. Será que mudaria a nossa existência em algo?...
Este filme foi um falhanço comercial, na minha opinião porque este filme exige entrega por parte do espectador, exige que o observador entre no papel do personagem central e que ao mesmo tempo analise todos os detalhes de vários ângulos. Como tal, todos aqueles que não gostam de filmes parados em que a imaginação do espectador tem que estar em continua labuta não vejam este filme....
Pareceu-me boa ideia conseguir falar de um filme existencialista que fosse divertido, é então que me lembro de I Heart Huckabees (2004), que em português tem o brilhante título "Os Psico-Detectives". Realizado por David O. Russell, esta é a estória do ambientalista de pouco sucesso Albert Markovski (Jason Schwartzman) que rivaliza com o executivo gabarolas Brad Stand(Jude Law). Por diferentes razões ambos procuram apoio de um grupo de detectives algo peculiar, detectives existencialistas, em duas hilariantes interpretações de Lily Tomlin e Dustin Hoffman. Este casal de detectives é confrontado com a sua inimiga de método, em outra interpretação brilhante de Isabelle Huppert (Pianiste, La (2001) de Michael Haneke). A estória não se fica por aqui, o aparecimento de outras personagens, como o colega de terapia de Albert, ajudam a levantar ainda mais questões e a expor opiniões sobre o lugar de cada um no mundo.
Como podem ver, trata-se de um filme divertido com um fantástico elenco e que pode ajudar a algumas pessoas a questionar-se sobre elas próprias, ou pelo menos isso espero.

Acho que vou ficar por aqui, espero que gostem dos filmes. Quem já os viu deixe opinião, quem não os viu, veja!!....
A ver se para a semana falo do Woody, talvez algo do género biografia seja melhor e mais fácil do que estar a escolher um filme só.
Boa semana

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Round 5

Round 5 (2005) uma curta mexicana de Jorge Aguilera e Javier Aguilera.

Uma jornada alucinante ao “underground” da Cidade de México, desencadeada por um simples facto: uma linda jovem deixa um conjunto de chaves numeradas a um jovem pugilista. Será que conseguem descobrir todas as pistas numeradas?

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Filthy Food

Já ouvimos que algumas comidas são afrodisíacas, mas isto é ridículo. Vejam esta brasa a fazer "sweet love" com o seu almoço.

Filthy Food (2006) é uma curta realizada por T. Arthur Cottam, dos USA.

terça-feira, 3 de abril de 2007

The Act

The Act (2004) é mais uma curta realizada por Susan Kraker e
Pi Ware dos USA.

Uma comediante de stand-up usa o seu texto para se vingar do ex-marido e por sua vez esconder um segredo obscuro.
O papel de comediante é representado pela actriz nossa conhecida da série That 70's Show, Debra Jo Rupp, uma estória comovente com um poderoso final.

SPIN

Spin (2005), é uma curta-metragem realizada por Jamin Winans, dos USA.

Um misterioso Dj é enviado para a esquina de uma rua movimentada com o objectivo de solucionar uma cadeia de maus eventos. Será capaz de se sobrepor o poder da música ao poder do destino? Põe a agulha no disco e descobre.

Aviso aos novos autores.

Por favor, não se esqueçam de colocar um "label" para cada post. Assim poderemos manter uma boa organização por temas, em prol da diversificação.
Mas como fazer isso perguntam-se. Bom simples, enquanto escrevem o "post" deslizem o olhar pelo ecran, em direcção às pernas e encontrem a caixa que diz "Labels for this post:". Simples! Divirtam-se.

domingo, 1 de abril de 2007

Não resisto em só falar de um filme

Hoje estou bem disposto, por isso vou tomar a liberdade de falar não de um, mas de dois filmes.
Muito sucintamente, A Scanner Darkly(2006) e Brazil(1985).
A Scanner Darkly é o último filme de Richard Linklater, realizador de culto, que já nos ofereceu filmes como Before Sunrise, Before Sunset e Waking Life. Baseado na obra homónima do mago da ficção cinetífica norte-americana Philip K. Dick, a A Scanner Darkly é a estória de um polícia infiltrado, que na tentativa de tornar o seu disfarce o mais credível possível se envolve no consumo excessivo de uma nova droga, "substance D", acabando por perder o controlo da sua personalidade. Tal como Waking Life, A Scanner Darkly foi animado sobre o fotograma da película, resultando numa bela imagem de animação, na qual o sonho parece misturar-se com a realidade, promovendo ainda mais confusão na cabeça do espectador, " What Does A Scanner See?". Com Keanu Reeves e Winona Ryder nos principais papéis, este é um filme a não perder.... Opps, infelizmente, este é um filme cujos direitos não foram comprados para Portugal, por isso só deveremos ter oportunidade de o ver quando chegar ao circuito do Home-DVD, se forem como eu e fizerem muita questão de o ver, porque gostam que brinquem com os vossos sentidos, baixem da net.
A ideia do blog, era um filme por semana, mas há tantos filmes que é inpossível limitar a um por semana. O filme sobre o qual falo a seguir, Brazil, é visão fantástica de Terry Gilliam sobre o clássico da literatura mundial "1984" de George Orwell. Terry Gilliam, membro dos hilariantes Monty Phyton, relata a estória de Sam Lowry, Jonathan Pryce, cuja vida de burocarata se vê interrompida, quando na tentativa de corrigir um erro se torna inimigo do governo. Constantemente a sonhar acordado, Sam voa de asas bem abertas sobre a sociedade que despreza e na qual quem não está com o governo, está contra ele. Distópico, romântico, provocador e cheio de grandes imagens, Brazil tem tudo o que um filme onírico pode e deve ter. Para acabar, referir o contribuição maravilhosa do canalizador Archibald 'Harry' Tuttle interpretado por Robert De Niro, que ao bom estilo Super Mario, aparece sempre para ajudar Sam.

Sei que tinha prometido um filme do Woody Allen, espero fazê-lo para a semana, numa nova rubrica a que vou chamar "Filmes que inspiraram outros filmes" e que vai começar com de Federico Fellini versus Stardust Memories de Woody Allen.

Bons filmes

domingo, 25 de março de 2007

O primeiro filme

Agora que já foi lançada a primeira pedra, e como tal já temos blog, podemos lançar também o primeiro tema a ser discutido.
Podemos começar por um filme recente e que ainda se encontra na memória de todos por ter ganho óscar de melhor filme.
The Departed, que em português parece querer dizer Entre inimigos, é um óptimo filme, uma cinematografia excelente, uma estória de máfia ao bom estilo do génio de Martin Scorsese. E claro, com o Jack Nicholson pelo meio não é de estranhar que qualquer plateia fique colada à poltrona durante 151 min. Reza a estória que o sr. Nicholson teve liberdade total para improvisar durante as filmagens.
Para acabar, apenas quero referir que finalmente gostei do Leonardo DiCaprio num filme e que o Mark Wahlberg também se está atornar um actor muito fixe.

Mais info sobre o filme, vão ao habitual imdb.
http://www.imdb.com/title/tt0407887/

Para a semana há mais, ainda não decidi, mas talvez um clássico do Woody.

First Fart

E eis que surge o primeiro gás. Assim se cria um blog.
Agora mãos à obra!